sábado, 31 de outubro de 2009

Maria, já estava nos planos de Deus, dês da criação do mundo.

Maria, Mãe de Deus e nossa Mãe.

Theotokos (do grego Θεοτόκος), que significa "Mãe de Deus"

Disse, então, sua mãe aos serventes: Fazei o que ele vos disser.

MARIA, NOSSA MÃE E SENHORA

Para que possamos ter, Maria, Mãe de Deus, como Nossa Mãe e Senhora, precisamos ter sempre no coração, aquela ordem que foi dada por Maria, aos serviçais nas bodas de Caná. “Fazei o que Ele vos disser”. E assim foi feito o primeiro milagre por Jesus Cristo, o Filho de Maria. Devemos obedecer não só a Maria, mas também ao seu Filho.

Maria, aquela que nos mostra o caminho do Pai, Filho e Espírito Santo.

Maria, já estava nos planos de Deus, dês da criação do mundo.

Em Gêneses 3,9-15.20 = Deus prometeu que a descendência da mulher vencerá o mal. Porque pela primeira Eva entrou o pecado no mundo, mas pela segunda Eva entrou a Salvação.

Depois da queda, o homem não foi abandonado por Deus. Pelo contrário, Deus chamou-o e anunciou-lhe, de modo misterioso, que venceria o mal e se levantaria da queda. Esta passagem do Génesis tem sido chamada « Proto-Evangelho» por ser o primeiro anúncio do Messias redentor, do combate entre a Serpente e a Mulher, e da vitória final dum descendente desta.

A Tradição cristã vê nesta passagem um anúncio do «novo Adão» que, pela sua «obediência até à morte de cruz» (Fl 2, 8), repara super‑abundantemente a desobediência de Adão. Por outro lado, muitos santos Padres e Doutores da Igreja vêem na mulher, anunciada no proto-Evangelho, a Mãe de Cristo, Maria, como «nova Eva». Ela foi a primeira a beneficiar, dum modo único, da vitória sobre o pecado alcançada por Cristo: foi preservada de toda a mancha do pecado original e, durante toda a sua vida terrena, por uma graça especial de Deus, não cometeu qualquer espécie de pecado.

Em Gêneses 12,1-7 = Deus fez uma promessa a Abraão e à sua descendência.

Contra toda a esperança humana, Deus promete a Abraão uma descendência, como fruto da fé e do poder do Espírito Santo. Nessa descendência serão abençoadas todas as nações da terra. Essa descendência será o Cristo no qual a efusão do Espírito Santo fará «a unidade dos filhos de Deus dispersos». Comprometendo-Se por juramento, Deus obriga-Se, desde logo, ao dom do seu Filho muito-amado e ao dom do «Espírito Santo prometido, que constitui o título de garantia da nossa herança para a redenção do povo que Deus adquiriu para Si mesmo».

2 Samuel 7, 1-5. 8b-11.16 = O Messias será da linhagem de Davi.

Esse texto fundou a concepção messiânica, elaborada tanto no Antigo Testamento como no Novo Testamento. Com o fracasso da realeza em Judá, o Messias (rei descendente de Davi) torna-se o rei ideal que libertará o povo e o fará viver conforme a justiça e o direito. O Novo Testamento vê a pessoa de Jesus como a realização da promessa do Messias (Cristo = Ungido = Messias) Nascido de Maria.

I Crônicas 15, 3-4. 15-16, 16, 1-2 = A arca solenemente introduzida no tabernáculo.

A Arca da Aliança era um sinal da presença de Deus no meio do Seu Povo. Maria é a verdadeira Arca da Aliança. Nela repousou o divino maná que alimenta a Santa Igreja.

A liturgia vê no solene e festivo transporte da Arca da Aliança de Quiriat-Iarim para a cidade de Jerusalém, conquistada aos jebuseus por David, a figura da entrada de Maria, em corpo e alma, no Céu. A Arca era o símbolo da presença de Deus no meio do seu povo. A Igreja louva Maria com o título de Arca da Aliança. Há exegetas que vêem na visita da Virgem Maria a Isabel ressonâncias deste relato, que justificam este título bíblico atribuído à Virgem Maria.

Provérbios 8, 22-31 = Maria, sede da Sabedoria (isto é do Verbo eterno).

O Senhor me criou como primicia de suas obras, desde o principio, antes do começo da terra.

Desde a eternidade fui formada, antes de suas obras

Eclesiásticos (sirac) 24, 1-2. 12-16. 26-30 = Maria, sede da Sabedoria.

Maria, a santíssima Mãe de Deus, sempre virgem, é a obra-prima da missão do Filho e do Espírito na plenitude do tempo. Pela primeira vez no desígnio da salvação e porque o seu Espírito a preparou, o Pai encontra a morada na qual o seu Filho e o seu Espírito podem habitar entre os homens. É neste sentido que a Tradição da Igreja muitas vezes lê, em relação à Maria, os mais belos textos sobre a Sabedoria: Maria é cantada e apresentada na Liturgia como «o Trono da Sabedoria». Nela começam a manifestar-se as «maravilhas de Deus», que o Espírito vai realizar em Cristo e na Igreja. O Espírito Santo preparou Maria pela sua graça.

Isaías 7, 10-14; 8,10 = Uma virgem conceberá e Dara a luz.

Isaias (7,10-14) faz a profecia de uma Virgem que dará à luz um filho que terá o nome de Emanuel, Deus Conosco. Era um momento de difícil situação política e religiosa na qual parecia se romper a promessa de Deus por causa das loucuras do rei Acaz. Mas há sempre uma esperança. A promessa feita para aquele momento torna-se profecia de um rei futuro. Quando chega o momento, encontramos Maria, a Virgem, desposada com um homem chamado José, da família de Davi (Mt 1,20). O casamento de José e Maria se dá em dois momentos: primeiro o contrato, depois a celebração para a vida juntos. O marido é José, homem justo, conhece os caminhos de Deus como Abraão, que creu, mesmo sem ter ainda o filho Isaac. Deus age por meio de pessoas justas. O Filho é Jesus, o Deus conosco. O nome que o Anjo lhe dá, indica a missão. Nome Jesus (Iehô-Ieshûá) significa Deus é salvação, presente na história. O Senhor dará um sinal.

O profeta manda que o rei Acaz peça um sinal a Deus. Ele recusa, pois tem medo dos sinais de Deus por causa de suas idolatrias. O profeta anuncia uma criança, um filho que será sinal para o rei. É um sinal de esperança para o povo que corre o risco de romper com a dinastia de Davi e assim perder o futuro. Em Jesus se realizou a esperança do povo.

Ele é o sinal de que Deus não esquece o que promete. Jesus é tudo o que o Pai quis para nós. Ele realiza tudo o que o Pai espera de nós. E nós estamos unidos a Ele que se uniu a nós. Ele é o Sinal de que Deus salva; Ele é o Emanuel, Deus conosco. Está unido ao Pai e ao Espírito. Jesus Cristo, não é só um homem, mas o enviado de Deus. Deus irrompe na vida de José sob forma de Anjo do Senhor. José é pai segundo a lei. Mas ela concebeu pela ação do Espírito Santo. Maria é também sinal. É Virgem que da à luz. Participa do desígnio de Salvação. Assim as promessas são cumpridas e a Salvação se torna realidade.

Isaías 9, 2-4. 6,7 = Alegria: um menino nos nasceu, um filho nos foi dado!

É impressionante, irmãos, lermos o que o profeta Isaías escreveu a respeito. Ele revelou, por mais incrível que pareça, um retrato exato da única pessoa que podia ser o Salvador do povo de Deus. O profeta Isaías viveu mais ou menos setecentos anos antes do nascimento de Cristo. Mas vejam só, ele deu um retrato detalhado do único Salvador. Sendo iluminado e guiado pelo Espírito Santo de Deus, Isaías revelou de uma forma que não podia ter sido mais clara, que o nosso Senhor Jesus Cristo, havia de ser o Salvador de seu povo. O profeta Isaías viu "uma grande luz que resplandece sobre aqueles que vivem na região da sombra da morte" (Isaías 9: 2). Desta maneira o profeta Isaías se referiu ao Senhor Jesus Cristo, que é a luz do mundo (João 8: 12). O profeta Isaías também falou sobre alguém que multiplicaria a alegria do povo de Deus (Isaías 9: 3). Isto nos faz pensar na história que o Senhor Jesus Cristo mudou água em vinho (João 2), proporcionando muita alegria àqueles que estavam lá. E mais, Isaías falou também sobre "alguém que quebra o cetro do opressor" (Isaías 9: 4). Isto também se refere, sem dúvida nenhuma, ao nosso Senhor Jesus Cristo, o poderoso Filho de Deus, que venceu, pelo seu poder, os nossos inimigos mais perigosos: o pecado e a morte.

Como se tudo isto ainda não fosse suficiente, Isaías revelou muito mais ainda. Ele fez menção de um menino que nasceu! "Um menino nos nasceu, um filho se nos deu " (Isaías 9: 6). Quem é aquele menino que o profeta viu nascer, com sua visão profética, senão o nosso Senhor Jesus Cristo? É o nosso Senhor Jesus Cristo. Ele nasceu segundo as antigas promessas de Deus. Ele veio ao mundo como menino. Desta maneira ele nos foi dado pela graça e pela misericórdia de Deus. Assim, falando de um menino que nasceu, o profeta Isaías, deixou bem claro: o Salvador do povo de Deus seria uma pessoa humana. É isto que Domingo 6 também confessa: "O Mediador e Salvador deve ser verdadeiro homem". Assim o catecismo repete, o que o profeta Isaías disse. Assim o catecismo está de acordo com a palavra de Deus. A miséria humana, também a grande miséria que se encontra no Brasil, somente poder ser removida por uma pessoa humana. O castigo que todos nós merecemos, devido aos nossos muitos pecados, somente pode ser levado por um verdadeiro homem.

Há ainda outra coisa que deve prender a nossa atenção, irmãos. Quando Isaías apresentou, por sua visão profética, o único Salvador, ele não falou apenas de um menino que nasceu. Pois claro, só falar de um menino que nasceu não é suficiente para resolver os problemas mundiais. Um menino, sendo apenas menino, não pode salvar de maneira alguma um povo inteiro. Então reparem irmãos! O profeta Isaías ainda viu outra coisa. Ele viu que o Salvador, apesar de ser menino, também havia de ser Deus. Pois ele disse a respeito do menino que nasceu: "O seu nome será: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz". Assim o profeta previu que o Salvador havia de ser humano e divino ao mesmo tempo. Ele havia de ser verdadeiro homem (pois nasceria) e verdadeiro Deus (pois o nome dele seria "Deus forte"). Que coisa profunda, meus irmãos! Um ser que é ao mesmo tempo verdadeiro homem e verdadeiro Deus! Mas devia ser assim mesmo! Aquele que havia de salvar todos os pecadores perdidos, aquele que havia de solucionar todos os problemas, havia de ser verdadeiro homem e ao mesmo tempo verdadeiro Deus! Só assim, sendo Deus Forte, o menino que nasceria, teria condições de livrar as almas dos oprimidos pelo diabo. Somente assim, encontrando alguém que é um de nós, porém que é muito mais forte do que nós, dá para nós confiarmos nele. Necessitamos do menino Jesus, o Cristo divino, o Rei da terra, o qual nasceu igual a Deus. O nosso Salvador devia ser alguém que comia peixe, que dormia durante um passeio de barco, que chorava na hora da tristeza, e que tomou providências para sua mãe, que era viúva. O nosso Salvador devia ser também diferente de todos nós, uma pessoa divina que fez o mar e o vento acalmar, que multiplicou os pães, que curou os doentes, que expulsou os demônios, e que ressuscitou mortos.

Miquéias 5, 2-5a = Tu, Belém – É frata, não és a menor...

Por que Deus escolheu Belém para nascer?

Geralmente se destaca apenas o lado modesto desta pequena cidade de Judá, que no tempo de Jesus fazia parte do território do rei Herodes, o Grande. Jesus nesse sentido escolheu a modestia, a humildade como sendo a base sobre a qual construiria seu reino. Para você que deseja conhecer um pouco mais, aqui apresento uma meditação com base nos trechos bíblicos onde Belém é presente.

“Eles partiram de Betel. Faltava uma pequena distância para chegar a Éfrata, quando Raquel deu à luz. Seu parto foi doloroso e, como desse à luz com dificuldade, disse-lhe a parteira: ‘Não temas, é ainda um filho que terás!’ No momento de entregar a alma, porque estava morrendo, ela o chamou de Benoni, mas seu pai o chamou de Benjamim. Raquel morreu e foi enterrada no caminho de Éfrata que é Belém” (Gn 35,16-19).

Detalhe: esse caminho onde Rachel deu à luz, é o mesmo percorrido por José e Maria que estava prestes a dar à luz.

O parto foi doloroso e muito difícil, por isso Rachel dá ao seu filho o nome Benoni, que significa “filho da minha dor”. Para o judeu, dar um nome a um filho significa revelar a sua identidade. Benoni seria portanto um homem que viveria na dor. Jacó, como pai muda o nome da criança para Benjamim, que significa “filho da direita”, “filho da minha alegria”.

Séculos depois quando o povo estava prestes a entrar na Terra Prometida, Deus abençoa a tribu de Benjamim dizendo: “O amado do Senhor repousa tranquilo junto a ele; o Altíssimo o protege todo o dia” (Dt 33,12). Benjamim e seus filhos seriam portanto os amados do Senhor, aqueles que receberam a benção da paz e da alegria.

Belém é o lugar onde Deus transforma a dor em alegria.

Em Belém viveu também Noemi, seu nome significa “minha doçura”, após a morte de seu marido e de seus filhos, ela quis ser chamada de Mara “a amarga”, porque assim estava sendo a experiência de sua vida. Seu único apoio era Rute, a qual após a morte de seu marido, escolheu ficar com Noemi. Elas viviam na pobreza e no sofrimento, até que Deus as visitou, colocando Booz na vida de Rute. Com isso Noemi não seria mais desamparada e Rute recebeu uma benção profética:

“Que o Senhor torne essa mulher que entra em tua casa semelhante a Rachel e a Lia, que formaram a casa de Israel. E que, graças à posteridade que o Senhor te vai dar desta jovem, tua casa seja semelhante à de Farés, que Tamar deu à luz para Judá” (Rut 4,11-12).

Rute foi a bisavó do rei Davi!

Belém é o lugar onde Deus dá esperança aos desesperados.

Deus havia se “arrependido de ter feito” Saul rei de Israel (cf. 1Sm 15,35) e por isso, envia o profeta Samuel à Belém para eleger Davi, um “homem segundo o seu coração”. Davi de humilde pastor se torna rei de Israel. E Deus lhe promete que de sua descendência nasceria o Messias.

Belém é o lugar onde se cumpre a palavra “derrubou do trono os poderosos e exaltou os humildes” (Lc 1,52).

Nessa cidade nasceram também os bravos soldados de Davi: Joab, Abisai e Asrael, estes marcaram a história de Israel por sua coragem em dar a vida pelo reino de Davi.

Belém é terra de heróis, daqueles que combatem pelo Reino dos céus.

A pequena cidade porta consigo uma grande profecia:

“Mas tu, Belém, Éfrata, embora o menor dos clãs de Judá, de ti sairá para mim, aquele será o dominador em Israel” (Mq 5,1)

A profecia se realiza em Jesus, descendente de Davi, “nascido em Belém da Judéia, no tempo do rei Herodes” (Mt 2,1). Belém é portanto o lugar onde o Verbo feito carne no seio de Maria vem ao mundo como verdadeiro Deus e verdadeiro homem.

Belém é o lugar onde o homem-Deus, transformou nossa dor em alegria, nosso desespero em esperança, nossa fraqueza em força, onde demonstra, que os humildes são os maiores de seu reino. E por último: por que Jesus nasceu em Belém? Para humanizar a divindade e divinizar a humanidade (cf. CIC 526)

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